Rifado, ripado, puxado, felpo, são varias designações para uma mesma técnica, na qual se utilizam os riscos-mapa, que mais não são do que os desenhos utilizados para criar o relevo nas peças de linho. Como uma espécie de “impressora” artesanal, a tecedeira vai puxando fio a fio, ponto por ponto, decalcando o desenho encaixado por baixo da peça, num trabalho verdadeiramente impressionante de observar. Muitos destes riscos são, por si só, autênticas relíquias. Obras de arte que atravessam gerações.

No mantês, é o número de liços no tear que permite a criação de vários tipos de padrões. É necessária a utilização de teares com mais de três liços e três premedeiras (correspondentes aos liços), pois são estes que permitem a elaboração do padrão que irá surgir na peça.

1.

• Semear no final do mês de Abril. Realizar mondas periódicas para eliminar plantas infestantes.
  

2.

• Arrancar no final do mês de Junho, quando a planta está madura (pela raiz, aproveitando todo o cumprimento do caule).
  

3.

• Ripar ainda no campo e após a arrancada. Passar o linho pelos dentes de um ripo, com pancadas verticais, de forma a retirar a baganha ou cápsula da semente.

4.

• Separar o linho em mancheias (pequenos molhos) com a semente voltada para o mesmo lado. Mergulhar as mancheias em água durante nove dias para descolar as fibras da casca do lenho.

5.

• Em Julho, quando as temperaturas são mais elevadas, transportar as mancheias para o lameiro onde o linho é colocado ao sol a secar. Virar regularmente para que haja uma secagem rápida e uniforme, mas sem excesso, para não quebrar as fibras. Atar em molhos quando a palha apresentar uma cor amarela e se destacar facilmente da fibra por fricção.

6.

• Esmagar a palha com um maço redondo de madeira, até que seja possível retirar as fibras da parte lenhosa.

7.

• Esfregar manualmente o linho, torcendo-o em espiral. Isto permitirá separar os restos de celulose e tornar o linho mais maleável.

8.

• Colocar o linho num cortiço e bater-lhe com a espadela até se separarem os tascos (parte lenhosa).

9.

• Passar o linho (assedar) pelo sedeiro – espécie de crivo que separa os tomentos (fio curto) do linho (fio mais comprido).

10.

• Nesta fase, as fibras passam a fio de linho, usando-se para tal a roca e o fuso. Através da torção das fibras têxteis, criar um cilindro de comprimento ilimitado, que deve ser uniforme em aspeto e resistência.

11.

• Quando o linho for já um fio uniforme, passar no sarilho que permitirá enrolá-lo em meadas.

12.

• Realizar a “Barrela” – processo de branqueamento do linho. Colocar as meadas nos cortiços e, de seguida, tapar com um pano coberto de cinza (barreleiro). Deitar água a ferver em cima do pano que irá penetrar o filtro e acumular-se no cortiço, sendo depois escoada pelo fundo. Esta operação demora três dias.

13.

• Molhar as meadas, bater muito bem na pedra de um lavadoiro e colocar novamente no lameiro a corar. Regar regularmente.

14.

• Levar as meadas (secas e brancas) à dobadoura, que permite passar o fio para novelos (dobar).

15.

• Preparar os fios para serem colocados no tear (urdir). Colocar os novelos no noveleiro ou urdidor a passar os fios através dos orifícios da espadilha, dando-se em seguida um nó nos seus extremos. Passar depois os fios pela urdideira que permite enrola-los no órgão (peça pertencente ao tear).

16.

• Montar o órgão no tear, e o linho está pronto a ser trabalhado.